A montagem do Lacen no eixo Ilhéus-Itabuna representa a sobrevivência de muitos

Covid-19
Ilustração

Com o crescente número de profissionais da área médica nos hospitais de Itabuna e Ilhéus testando positivo para a Covid-19, o Governo da Bahia montou uma verdadeira logística de guerra na região sul da Bahia com o objetivo de evitar a expansão da doença nos dois principais municípios da região cacaueira, a mais preocupante do Estado. Todos os profissionais que atuam no Hospital Regional Costa do Cacau e na Santa Casa de Misericórdia de Itabuna estão fazendo testes rápidos.

Para garantir o resultado em, no máximo, 24 horas, o governo do Estado colocou um avião à disposição das coletas. A aeronave vai e volta todos os dias para Salvador, onde funciona o Laboratório Central da Bahia (Lacen), reconhecido como a 3ª maior unidade de vigilância laboratorial do pais, classificado na categoria máxima de qualidade pelo Ministério da Saúde e o único autorizado a realizar este tipo exame no Estado.

Enquanto se rende à necessidade emergencial desta logística, o Governo da Bahia já estuda propostas para implantação imediata de algumas unidades do laboratório no interior do estado e, assim, descentralizar a realização destes exames. Os mais prováveis municípios a ganhar este benefício são Guanambi, Porto Seguro e Juazeiro.

Para além de Salvador, já há um outro Lacen Municipal implantado na Bahia. Fica localizado em Vitória da Conquista e é administrado pela Fundação de Saúde Municipal Esaul Matos.

A equipe de Conquista já vem se preparando para realizar exames do Covid-19. O pedido de licença já foi feito à Secretaria Estadual da Saúde. Três bioquímicos irão muito em breve a Salvador para receber orientações técnicas de como lidar com o teste. O fato de ser um exame com amostra respiratória exige uma nova metodologia da equipe. Mas o principal, o laboratório já tem: um equipamento capaz de a cada sete horas, apresentar resultado para 98 testagens para Covid-19.

Com mais agilidade, com procedimentos mais próximos ao suspeito da doença, o óbvio é: mais vidas poderão ser salvas.

Dito isso, uma constatação.

É lamentável a falta de iniciativa das nossas autoridades. Enquanto Vitória da Conquista já tem um laboratório e Guanambi, Porto Seguro e Juazeiro se movimentam para, também, ter, Ilhéus e Itabuna - envolvidos numa curva ascendente acima da média estadual - se silenciam e combatem o Covid-19 como se doença tivesse um retrovisor e pudesse sempre estar à frente das iniciativas dos seus governantes.

Hoje, a implantação de uma unidade deste porte no sul da Bahia - em Ilhéus ou em Itabuna - representaria um gesto determinante para garantir a sobrevivência da nossa gente.

O problema maior é que falta líder que pense isso. E peça um socorro inestimável à vida humana.

Vamos continuar no retrovisor do vírus que mata?